Wednesday, January 21, 2009

Re qui em mim

Tento escrever algo que rime...
algo com uma cadência, um ritmo...
E em vez de rimas, sai tudo em verso branco...
A tentativa forçada de te conhecer...
De te entender... não passa de uma mera tentativa falhada...
De súbito tudo faz sentido e a rua continua agitada e ninguém liga ao que eu digo nessa estrada a que toda a gente chama vida...
Qual é o problema?
todos temos dias maus...
E outros bons...
Todos temos medo de papões, de ursos, de cobras, e está tão escuro aqui com a luz acesa...
Na mesa já só há garrafas vazias...
E a memória de uma ressaca...
Há dias e dias não é verdade?
Não passo de um cobarde refugiando-me nas máscaras da infância...
Mas gosto disso...
gosto de acreditar que sou um cabrão...
Gosto de acreditar que a minha vida é uma merda...
Gosto de acreditar que sou eu que vou acabar por dar um tiro nos cornos...
Gosto de acreditar nisto porque me faz sentir pena de mim...
E assim...
O vinho do porto acaba...
E o dinheiro também...
A felicidade chega ao fim...
e a infelcidade também...
Gosto de gostar de mim...
Qual é o problema?
Posso ser o meu Deus já que os outros todos me falharam...
Posso ser o meu destino já que os meus passos ´me abandonaram...
posso ser tudo o que eu quiser..
E vocês podem criticar tudo o que lerem...
Mas eu hei-de ser sempre assim...
Andar de mão em mão nessa estrada da vida sem fim...
Hei-de ser sempre um cabrão...

Monday, January 19, 2009

Requiem for a path

O amanhã não existe...
Um dia de cada vez...
De pôr do sol em pôr do sol...
Do nascer do sol ao nascer do sol...
O amanhã não existe...
O momento que vivemos torna-se único...
E cada passo é sempre em frente...
Sempre..
Em direcção à morte...
E o amanhã não existe...


Até amanhã...

Tuesday, January 13, 2009

Requiem da ausência

Já não sei se vale a pena continuar a escrever quando tudo me parece faltar...
Sabes aquela sensação do grito mudo...
Sei sei...
Exactamente essa sensação que tenho agora dia após dia...
Rotina...
Só...
Simplesmente...
rotina...
Os dias passam e tudo continua igual... a árvore na rua está no mesmo sítio...
O carro parado no mesmo sítio...
Os amigos no mesmo sítio..
Tudo no mesmo sítio...
Menos tu...
Aquela certeza que tinha quando chegava desapareceu...
Porque é que teve de ser assim??
O que se passou??
Nada...
Não se passou nada...

"E a verdade é que a saudade do que passou não é mais que muita..."