Friday, February 1, 2008

Mas que devaneio...

É tarde...
Disseste-me entre os dentes, murmurando ao meu ouvido...
Eu não pude deixar de concordar...
Tarde...
É tarde...
É tarde para viver...
Para acordar...
Agora que penso só queria mesmo desnascer...
Não é morrer...
É voltar ao calor maternal...
Ao ventre...
Onde tudo era possível...
A luz ao fundo do túnel...
Sair para um mundo cheio de esperança...
E depois de se cá estar...
Depois do primeiro respirar..
Depois de abrir os olhos...
Só quero voltar lá para dentro...
Desnascer é tudo isso...
Custa-me perceber que a vida se resume a jogos de poker...
E eu estou farto de dizer I fold... e depois reparar que tinha uma mão do caralho...
E ganhava...
Nem sempre se pode ter um royal flush...
Às vezes ganhamos com um par de dois...
Outras perdemos com um par de dois...
Mas é tudo assim....
Como me disse um grande amigo...
País de Merda,
Puta de Merda...
Agora vai mais um café...
Mais um atrofio...
Mais uma rotina...
Olhar para as pessoas que me estão próximas e pensar...
Posso contar com voces...
Acreditar que a amizade existe...
E acreditar que o amor existe...
Às vezes precisamos de errar, para perceber que é aquilo...
Precisamos disso para crescer...
Neste momento...
Sou feliz...
Mas há alturas (como esta de resto) em que não sei...
Se calhar por culpa tua de escreveres tão bem que me pões a pensar...
Se às vezes não leio o que escreves...
É mesmo por isso...
Entre uma discussão...
Um sorriso...
Fazer aquilo...
Fazer isto...
Ir ali...
A outro sítio...
Seja onde for...
Vamos...
Vamos agarrar em nós e voar...
E temos de ir comer aquele gelado de verão...
E depois de mais uma discussão...
Há algo que devemos fazer o mais rapidamente possível...
Ela pergunta... O quê????
Fuck...

5 comments:

Anonymous said...

Acontece-me às vezes...poucas vezes... ler textos assim... e penso... é isto que me vai na cabeça. Eu podia ter escrito isto.
Mas não escrevi. Mas leio e gosto.
Ora quizas preciso de mais um copo... preciso de dizer "I fold"...
Talvez escreva. Talvez escreva um dia.

Balbino said...

Estamos resumidos àquilo que somos. Como disse uma vez o Lobão ao Zé: "Grilhões na vida, asas no papel." - estamos resumidos ao papel. Somos todos poemas.

Bem-vindo de volta! :P

Luís Lobão said...

Estou orgulhoso...

Anonymous said...

Keep writting man

A Bruxa das PAPs said...

E merece...