Wednesday, August 5, 2009

Uma nova página...

Pronto...

(Isto é só para provar aos professores tão queridos de português, que posso e vou começar um texto por pronto.)

Quarta-feira, 5 de Agosto de 2009

Morre a vontade...
Decência é um conceito com o qual eu não estou muito familiarizado, pelo menos na sua forma positiva...
Gosto de ter a inocência da indecência e ser feliz com isso...
Cheguei a um momento da minha vida em que realmente vejo as mulheres serem superiores aos homens... São...
Realmente são...
E são tão superiores que o sabem e se estão a cagar para o facto de nós, homens, nos estarmos a cagar para o que elas pensam. E isso meus caros é um sinal de inteligência.
Por muito que seja assim, o mundo é irrevogavelmente nosso - há que manter a ordem das coisas.

« Estou? »
« Olá amor. »
« Eh... Olá. »
« Não sabes quem fala? »
« Não realmente não estou a ver... »
« Deves ter muita gente que te trata por amor. »
« Sim, na realidade tenho. »
« ... »
« Não dizes nada? »
« ... »

Até hoje não sei quem era. ( pergunto-me se sei quem sou e se deveria ter usado foi em vez de era )
Sei que a voz não me é desconhecida. Mas também que puta de mania de chamarem amor às pessoas desprevenidamente.
Ao que chegámos. Um sentimento tão puro e tão belo como o amor, usado de uma maneira tão banal e "curriqueira".

Não. Lembrei-me que não sabia nada acerca do amor e decidi perante o cigarro, o vinho, o cinzeiro, o livro, o computador, a mesa, o fogão, os pratos, a alheira, o copo, e tudo o que me rodeia que não me vou alongar mais, nem sequer fazer uma ou qualquer outra futura tentativa de divagar sobre o amor.

Nunca vamos poder cair no erros dos outra vez, porque outra vez já era, e o que era não pode voltar a ser outra vez o que foi. Foi o que aconteceu e outra vez a vida nos ensina que não devemos confiar tanto nas pessoas. Caímos outra vez para outra vez nos levantar-mos, e de tanto dizer as palavras outra vez mentalmente na minha cabeça que elas começam outra vez a perder todo o seu sentido e outra vez fica o som estranho de associar tudo menos outra vez às palavras outra vez. Adiante. O mal está irremediavelmente outra vez feito.

« Mkie?! »
« Então? O que é que se faz? »
« Nada. Estou no deck. Vem cá ter. »
« Nepia. Estou no Bela a jogar setas. »
« Anda lá paneleiro de merda. »
« Não. Caga nisso. Não me apetece. »

Paneleiro de merda
.
Que expressão!
Depois de uma anda lá. vir um paneleiro de merda é que convence qualquer pessoa.
Ao nível desta expressão e no meu entender acho que supera em largos pontos é a nossa inocente forma de dizer A fome é negra.
Todos os dias algum preto se passa por alguém dizer vai para a tua terra.
Mas por alguém dizer que a fome é negra toda a gente se ri do pobre alarvo a comer.
E além disso. Reparem.
Ele está a comer.
A fome é negra, mas eu sou branco e vou comer.

Posto isto, deixo-vos com a frase que me marcou hoje.

"A combinação de tédio inteligente e beleza descuidada, é absolutamente irresistível."
MEC in O Cemitério de Raparigas.

1 comments:

mafalda chantre said...

Uma escolha de palavras interessante e uma escolha de tema interessante. Um texto interessante.

Espera aí por mim...