Esta noite que passou sonhei.
Havia uma rapariga muito pálida, muito doce, muito meiga, daquelas raparigas que só de ver dá vontade de...
Abraçar.
E ela abraçou-me.
No sonho.
Sempre no sonho.
A sonhar ela abraçou-me.
E eu abracei o sonho.
Ou a almofada.
Não sei.
Sei que esta noite que passou sonhei.
Ela, a rapariga do sonho, já não me via faz tempo.
Mas reagia como se me visse todos os dias.
E não vê.
Não fala.
Não liga.
Não nada.
Isto fora do sonho.
Sem sonhar.
Nunca mais me abraçou.
E eu nunca mais a abracei.
E nunca mais sonhei até ontem.
Ontem sonhei.
Havia uma rapariga muito pálida, muito doce, muito meiga, daquelas raparigas que só de ver dá vontade de...
Matá-la.
Tenho de arranjar um plano para a matar.
Para acabar com a existência dela.
Fazer com que pare.
Com que pare de entrar nos meus sonhos.
Ou um último abraço.
Sentir o último olhar a saber que é o último olhar e por isso temos que o sentir como se sente o último olhar.
E...
Tinha tanto para lhe dizer neste momento.
Dizer-lhe que a culpa foi minha e que fiz merda porque sim, eu não queria mas fiz merda porque sim.
Porque sim.
Só porque sim.
E ela não via.
Porque enquanto ela sonhava eu fazia merda e mais merda e mais merda.
E ela sonhava e sonhava que eu não fazia merda.
Mas tinha tanta coisa para lhe dizer neste momento e não posso.
Poder posso.
Mas era um bocado mau e constragedor aparcer no sítio que aparece nos meus sonhos.
E dizer.
Morreste.
E sonhar.
Voltar a sonhar.
Sonhar que ela está viva.
E acordar.
E foi só um sonho.
Esta noite que passou sonhei.
Havia uma rapariga muito pálida, muito doce, muito meiga, daquelas raparigas que só de ver dá vontade de...
Amar (seja lá o que isso for)...
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